<font color=990000>Globalizar a acção contra o imperialismo</font>

«A crise estrutural do capitalismo e as lutas sociais na União Europeia e na África» foi o tema que abriu a jornada de debates de dia 24, em Moura, para o qual foram convidados a participar Remy Herrera, Gabriela Roffinelli, Nestor Kohan e Pedro Maia.

Da intensa discussão e análise ali decorridas - na qual o público participou com importantes e interessantes questionamentos em torno de algumas das problemáticas levantadas pelas comunicações feitas pelos oradores – resultou a troca de ideias e leituras sobre a multiplicidade de fenómenos que compõem não só a crise do sistema capitalista e a escalada, militar e ideológica, imperial recente, mas também a resposta dos partidos, organizações e movimentos sociais que se lhe opõem.
Nestor Kohan centrou parte das suas reflexões sobre os «novos movimentos sociais» portadores de lutas muito diversas, os quais considerou «valiosas em si mesmas, embora ainda não tenham conseguido formar uma frente comum que as agrupe organicamente contra o capitalismo e o imperialismo, subsistindo a dispersão, fragmentação e falta de coordenação que permita elaborar estratégias comuns a longo prazo».
O «reconhecimento da insuficiência e da debilidade constitui um passo obrigatório e necessário se o que se pretende é avançar colectivamente», percebendo ao mesmo tempo que uma das principais estratégias da ideologia dominante é «dividir para reinar», disse.
Tal estratégia assume múltiplas e variadas formas, como o branqueamento dos crimes da ditadura militar na Argentina, tema sobre o que discorreu Gabriela Roffinelli, demonstrando como o poder procurou atribuir a «extremistas de esquerda e de direita» o genocídio de cerca de 30 mil pessoas, no final da década de 70, ao passo que ia «esmagando os movimentos sociais abrindo caminho para o novo modelo económico neoliberal».

Construir a alternativa, combater a confusão

Porque o imperialismo e o modelo neoliberal se impõe pela guerra «contra todos os povos», pelo saque dos recursos e pela «democracia capitalista que é a confiscação do poder do povo», urge impor alternativas revolucionárias, lembrou Remy Herrera.
Herrera disse ainda, relativamente ao necessário balanço das experiências históricas dos trabalhadores e dos povos, que «a Revolução de Outubro é que mudou o mundo» e que a «inseparável ligação entre socialismo e democracia - não na forma eleitoral burguesa, parlamentar, de alternância sem alternativa - mas como se manifestou no início da URSS», é uma das importantes lições a considerar na construção do projecto revolucionário.
Lições mas também análises, as quais, como sublinha Pedro Maia numa crítica ao que considera de «poesia pós-revolucionária», não podem procurar dissolver a exploração e a luta das classes oprimidas, a sua organização e ideologia, por movimentos «desterritorializados» de uma pretensa «multidão» anticapitalista.
Porque a realidade demonstra que as desigualdades crescem em várias dimensões da vida e o capital se concentra num cada vez mais, segundo Pedro Maia, a «alternativa à globalização capitalista neoliberal» deve continuar a «conceder um lugar central à economia; considerar a dialéctica materialista como importante instrumento de análise; evitar cair num discurso idealizante».


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